quinta-feira, junho 29

Tropas e tanques israelitas aguardam ordem do governo para invadir Gaza

As tropas israelitas iniciaram nesta terça-feira uma ofensiva militar contra alvos palestinianos. Aviões atacaram uma ponte próxima a aldeia de Al Mughraka, na região central da Faixa de Gaza, uma das principais vias que ligam o norte e o sul de Gaza.
Ao mesmo tempo, três mil soldados, veículos blindados e baterias de artilharia israelitas já estão posicionados por quase toda a fronteira palestiniana esperando apenas por uma "decisão do governo para entrar".
Segundo o governo, a ofensiva faz parte de uma acção que tem como objectivo o resgate do soldado israelita de cidadania francesa, Gilad Shalit, capturado no domingo passado na fronteira de Kerem Shalom por militantes palestinianos. Esta acção resultou ainda na morte de outros dois soldados israelitas e dois palestinianos. É a primeira vez em doze anos que um israelense é seqüestrado por palestinianos.
Além disso, autoridades palestinianas informaram que observaram tanques israelitas próximos de Nachal Oz.
"Nós estamos preparados, mas a decisão é do primeiro-ministro e do ministro da Defesa", disse um porta-voz do exército israelita posicionado no kibutz Nachal Oz, a Sudoeste da Faixa de Gaza, onde estão estacionados cerca de cem veículos (BBC Brasil, 27/6/2006).
A emissora de TV israelita Canal 2 informou na terça-feira que as negociações envolvendo egípcios e franceses não obteve sucesso.
O porta-voz dos Comitês de Resistência Popular, Mohammed Abdel Al, disse, no entanto, que Shalit está num local seguro ?que os sionistas não podem alcançar?.
Além deste grupo, outras duas organizações reivindicam a autoria do seqüestro, sendo elas o braço armado do Hamas e o Exército Islâmico.
O porta-voz disse ainda que um colono judeu da Cisjordânia também foi capturado e só irão libertar os dois israelitas caso o governo coopere.
"Os sionistas estão à procura de mais informações. Nós os lembramos que nada é de graça?, disse Abdel Al (Idem).
Uma das reivindicações dos grupos palestinianos é a libertação de todas as mulheres e menores de idade palestinianos que estão presos em Israel, mas o primeiro-ministro Ehud Olmert rejeitou a proposta.
Ao todo, nove mil palestinianos estão detidos em prisões israelitas, dentre eles 95 mulheres e 313 menores de idade.


quarta-feira, junho 28

hoje ocorreu nova invasão israelita a Gaza!!!!

sigam-se algumas informações do próprio local através do blogue duma mulher em Gaza e da Electronic Intifada.

segunda-feira, junho 26

Fever is back!

A noite da loucura e da exaltação revisitada, do serrote ao apertem com elas...



FEVER IS BACK!



THE OLD FEVER!



The real FEVER!

A rever, a escolha da semana!

AMARCORD é o "eu lembro-me" de Federico Fellini, recordação/reinvenção, entre a fantasia e a realidade, da adolescência do mestre italiano, retrato irónico e carnivalesco da Itália provinciana dos anos 30 na iminência da II Grande Guerra. Numa pequena vila na costa do Adriático, Titta é um jovem que cresce sufocado pelo ensino católico, pela ordem fascista e por uma atmosfera familiar opressiva. Entre o sonho e a realidade. Titta vai vivendo uma série de momentos que ficarão, para sempre, como recordações indeléveis: a passagem do transatlântico Rex, o rali das Mil Milhas, a morte da mãe, etc. AMARCORD

Porque a Austrália quer uma mudança de regime em Timor Oriental

Porque a Austrália quer uma mudança de regime em Timor Oriental
por Nick Beams [*]
Se alguém acreditasse na versão oficial, a entrada das tropas da Austrália em Timor Leste dever-se-ia aos mais nobre motivos. Estão ali simplesmente para restaurar a paz e a estabilidade após o colapso da autoridade do governo. Mas esta ficção política foi desmascarada pelos acontecimentos dos últimos dias, pela luta pelo poder que iniciou a crise e que a trouxe à superfície.

A intervenção do governo de Howard nada tem a ver com a protecção dos interesses do povo de Timor Oriental. O objectivo é produzir uma "mudança de regime" substituindo o governo do primeiro-ministro Mari Alkatiri por uma administração mais em consonância com os interesses australianos.

Há uma máxima em política exterior que diz que não existem aliados nem alianças permanentes, só interesses permanentes. É o caso de Timor Oriental, onde uma das principais preocupações do governo australiano, apoiado pelo Partido Trabalhista da oposição, foi assegurar que outros poderes não tivessem possibilidade de usar sua influência no que se refere explicitamente ao "pátio traseiro da Austrália".

Em 1999 o governo de Howard enviou tropas para liderar a intervenção militar da ONU a fim de assegurar que a Austrália ? mais do que o primeiro poder colonial, Portugal ? exercesse a maior autoridade no Timor Oriental pós-independência e estivesse na melhor posição para explorar as valiosas reservas de gás e petróleo. Sete anos depois as motivações essenciais são as mesmas.

O conflito subjacente com Portugal foi aberto em 9 de Junho quando o primeiro-ministro John Howard assegurou numa entrevista que a crise de Timor Oriental devia-se a uma "pobre governabilidade". Era um ataque claro ao governo de Alkatiri. A declaração foi respondida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Diogo Freitas do Amaral, que definiu as afirmações de Howar como "uma interferência nos assuntos internos" de Timor Oriental. "Não estamos de acordo com esta classe de declarações por parte de países estrangeiros", acrescentou.

Mas Howard não foi dissuadido. De facto, decidiu dizer mais quando teve a oportunidade seguinte.

Numa aparição no programa matutino do domingo da televisão ABC, "Insiders", Howard foi perguntado "quão mau" havia sido o governo de Timor Oriental e sobre a responsabilidade de Alkatiri.

Howard disse que não queria entrar "em comentários pormenorizados sobre os políticos do país", mas foi exactamente o que fez. Era óbvio, dizia Howard, que o país não fora bem governo nos últimos anos. Além disso disse que não pensava retractar-se dos comentários feitos dois dias antes.

Perguntado sobre se os planos a longo prazo da Austrália seriam semelhantes àqueles levados a cabo nas Ilhas Salomão, onde oficiais australianos haviam tomado conta do Ministério das Finanças, assim como da gestão da polícia e das prisões, Howard foi mais além:

"Bem, não descarto nada, mas não quero declarar nada sobre o que vai suceder ou sobre o deveria suceder sem antes discutir o assunto com os timorenses orientais", disse. "Quero dizer, encontramo-nos diante de um caminho complexo a percorrer. Por um lado, queremos ajudar, somos o poder regional que está em posição de fazê-lo. É nossa responsabilidade ajudar, mas quero respeitar a independência dos timorenses. Contudo, por outro lado, devem desempenhar essa independência ou as responsabilidades dessa independência com mais eficácia do que o fizeram nos últimos anos".

O "caminho complexo" refere-se às actividades dos rivais da Austrália na região, como indicavam os comentários do ministro dos Negócios Estrangeiros português. Até o momento, o governo australiano esteve em condições de contestar estas pressões graças ao apoio dos Estados Unidos. Do mesmo modo como a administração Clintou apoiou a intervenção de 1999, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, deixou claro que o seu país apoia plenamente a última deslocação de tropas. Numa conversação telefónica com o ministro das Relações Exteriores australiano, Alexander Downer, Rice disse ter-lhe perguntado: "O que quer que façamos?".

O foco imediato da mudança de regime é a reunião do Conselho de Estado, de carácter consultivo, que se celebra agora em Dili. Esta entidade, convocada pelo presidente Xanana Gusmão, tem a capacidade de demitir o governo de Alkatiri e nomear um suposto governo de unidade nacional até as próximas eleições que devem ser celebradas em Maio.

Após uma reunião de 9 horas celebrada ontem [dia 10], o Conselho não chegou a tomar uma decisão e as negociações continuam hoje. Enquanto isso, não havendo decisão oficial, o ministro das Relações Exteriores de Timor Oriental, José Ramos Horta, deixou claro que, no que a ele e a Xanana Gusmão se refere, Alkatiri deve renunciar.

Em declarações à televisão ABC, Ramos Horta disse: "O que agora é necessário é uma solução da actual crise política que implica, obviamente, primeiro o primeiro-ministro no sentido que muita gente quer, o da sua renúncia".

Quando perguntado da sua situação, Ramos Horta recusa comentar, explicando que está envolto em negociações com ambas as partes.

A campanha em Timor Oriental para expulsar Alkatiri, o líder do partido preponderando (Fretilin) decorre há algum tempo. A situação explodiu após a decisão de Alkatiri de converter em opcional a educação religiosa, ao invés de obrigatória.

Este movimento elementar de separação igreja-estado provocou denúncias virulentas da igreja católica. Celebraram-se manifestações com proclamações de expulsão de Alkatiri e o final do "seu governo extremista". Numa nota pastoral publicada em Abril de 2005 a hierarquia eclesiástica de Dili dizia que o gabinete continha "marxistas" que punham a democracia em perigo. Além disso dizia-se que o governo seguia políticas baseadas no "modelo chinês" e no "terceiro mundo retrógrado".

Segundo uma reportagem do Asia Times, o embaixador dos Estados Unidos em Timor Oriental apoiava abertamente a igreja nos seus protestos de rua contra o governo no ano passado, chegando inclusive a comparecer pessoalmente a uma delas.

Em Janeiro último um líder da Fretilin membro do parlamento nacional, Francisco Branco, denunciou que um conhecido sacerdote empreendeu uma campanha para derrubar o governo. Segundo Branco, o sacerdote havia explicado aos paroquianos que a decisão de enviar estudantes a Cuba converteria Timor num país comunista e que a Fretilin havia planeado matar padres e freiras se ganhasse as eleições seguintes.

Uma vez iniciada a intervenção militar, os media australianos, seguindo o governo Howard, aumentaram as denúncias contra o governo de Alkatiri.

Num comentário publicado sábado passado, o editor australiano Greg Sheridan qualificou Alkatiri como um "desastroso primeiro-ministro, liderando a 'chamada camarilha de ideólogos de Moçambique', em referência ao longo período de exílio de Alkatiri em outra colónia portuguesa durante a ocupação indonésia de Timor Oriental.

"A catastrófica decisão de converter o português em língua nacional de Timor Oriental ilustra perfeitamente o dogmatismo e o grau de irrealidade do pensamento de Alkatiri. É uma decisão que priva de direitos civis os jovens timorenses que falam tetun, indonésio ou inglês. Entrincheira a camarilha de velhos e dogmáticos marxistas-leninistas da Fretilin e exacerba as divisões no seio da sociedade de Timor Oriental. Além de não ajudar em nada a que os jovens de Timor Oriental ganhem a vida".

Alkatiri e os seus partidários não são marxistas nem comunistas. Nem tão pouco o governo de Howard e seus porta-vozes dos media estão interessados nas políticas do governo para o povo de Timor Oriental. A oposição australiana a Alkatiri baseia-se em que Alkatiri e sua facção procuram apoios de outras potências mais relevantes, principalmente Portugal e, cada vez mais, durante o último período, a China, como contrapeso ao imperialismo australiano.

Após quatro anos de intransigência de Howar e Downer, o governo de Dili foi obrigado no ano passado a adiar o acordo sobre fronteiras marítimas entre os dois países por 50 ou 60 anos. Segundo o direito internacional de fronteiras que a Austrália recusa-se a reconhecer, Timor Oriental tem direitos sobre a maioria dos recursos de gás e petróleo. Contudo, Canberra teve êxito na hora de conseguir que Dili cessasse suas reclamações de soberania sobre as áreas chave de recursos do mar de Timor durante duas gerações. É o tempo suficiente para que se esgotem as principais fontes de gás e petróleo.

Se Alkatiri fosse considerado um aliado da Austrália em Timor Oriental, e não como um obstáculo, a atitude do governo Howard, e consequentemente os comentários dos mass media, teriam sido muito diferentes.

Para começar, os chamados soldados dissidentes, cuja rebelião acendeu a mecha da crise, não seriam retratados como vítimas de uma injustiça. Ao invés disso, a decisão de despedi-los depois de terem ido à greve teria sido aprovada. Os comandantes do exército australiano ao invés de manter contactos com os "rebeldes" te-los-iam denunciado por organizar um motim, tomando as leis nas suas mãos e criando condições para o terrorismo. Contudo, a campanha para expulsar o governo de Alkatiri ajusta-se perfeitamente aos interesses australianos.

Estes interesses centram-se em assegurar a posição australiana numa região onde crescem grandes conflitos de poder. Como destacava ontem um comentário da Australian Financial Review, a rivalidade emergente entre o Japão e a China está a estender-se pelo Pacífico, colocando um "desafio real a um governo que afirma sempre manter magníficas relações com Tóquio e com Pequim".

Depois de assinalar questões económicas de longo prazo que sempre motivaram a política exterior australiana na região, o comentário prosseguia: "É útil recordar que em 1920 os planificadores estratégicos da Austrália estavam preocupados porque o Japão tentava lançar suas redes nos supostos recursos petrolíferos do Timor português, e em 1975 abrigava-se o medo de que a China manipulasse os independentistas timorenses de esquerda a fim de obter vantagem territorial".

Agora que é clara a existência de recursos em gás e petróleo, a rivalidade entre o Japão e a China pela energia apresenta desafios crescentes à Austrália, acrescentava o comentário.

Uma das maneiras de satisfazer estes repto é assegurar que se estabeleça um regime "fiável" em Dili. Este é um factor subjacente importante na luta pelo poder que se desenvolve na capital de Timor Oriental.

11/Junho/06
[*] Analista político australiano.

sexta-feira, junho 23

novo-cristão!

Desculpem lá...

Está de volta a moda dos óculos de sol à "la aviador".

Desculpem lá, mas é assim que querem andar por aí, como o Cobra?

MDA style?? (II)

Zé dos Eclipses style

Não escrevo há muito tempo mas gostava de partilhar convosco as minhas preocupações em relação à situação política do Turquemenistão e às suas possíveis consequências ao nível do mercado do Petróleo. Resta saber como vai reagir o Cazaquistão para podermos compreender melhor a situação da Rússia (que me parece sensata) e podermos avaliar melhor a decisão de Islom Karimov, presidente do Usbequistão sabendo nós de antemão, a pressão que ele sofre por parte da oposição clandestina. Entretanto, à conta deste pequeno incidente, os Balcãs tremem e pode acontecer que isto sirva de rastilho para mais confrontos.

De qualquer das formas, está aqui uma situação bem interessante do ponto de vista das Relações Internacionais.

Thor Mentor style

Estou indeciso, não sei a Galiza há-de ser independente ou parte integrante de Portugal como primeiro passo para um grande projecto ibérico.

Mark Shroeder style

Ao que apurei, a FAE vai aproveitar a sigla para organizar, anualmente, uma Feira das Actividades Económicas que poderá vir a ser incorporar uma vertente de mostra de artesanato (com produtos da América Latina) bem como uma vertente de mostra gastronómica onde serão servidos pratos com feijão confeccionado de 1001 maneiras diferentes para as pessoas perceberem o que é ser trabalhador. Está ainda em estudo a possibilidade de, na mostra gastronómica, ser servida uma laranja como sobremesa.

gaminha style

Gostava de saber em que é que o vosso pós-modernismo vai ajudar esta criança!

MDA style?? (I)

Koenige style

Apesar de o formato característico desta invenção muito pouco humana que são os blogs não permitir o debate devidamente aprofundado de certas questões, acharia interessante uma debate sério, articulado (à velha maneira "tese-antítese-síntese") do papel de Tetuzi Akiyama & Donald McPherson (com críticas no corrente número da Wire) na música experimental contamporânea.

ap style

Ouvía a Rádio Clube Português e lembrei-me de um fantástico filme de Clint Eastwood de 1968 ("Where Eagles Dare") onde a personagem de Eastwood se vira para a personagem de Richard Burton e diz: "Second rate punk, eh?".

nelson fraga style


Para que [fique (registado)], @s guerrilheiros (pela) ["(paz)"] na América Latina [não (os EUA)] lutam pela igualdade entre (géneros)!...!?!

tr style

O conjunto de reportórios alinhados com a Ala Liberal encorporada na Sedes serve, na verdade, os propósitos de uma constelação de práticas e aitudes próprios da época servindo simultaneamente os propósitos de um regime que definha e de uma facção contrária ao carácter ditatorial (mesmo que devidamente encapuçado) das elites com verdadeiro poder executivo.

é das minhas preferidas...

não é a minha especial preferência...


... mas bem desfiadinho, é uma delícia!!!

Pedro Mexia style II

Homem heterossexual: Gosta suficientemente de mulheres para as querer comer a todas mas não o suficiente para se querer tornar numa (isso seria amaricado).

Pedro Mexia style

As pessoas do mundo dividem-se em dois grandes grupos: as que dizem a expressão "politicamente correcto" e as que nunca o diriam.

Actualidade

O Xanana é, de facto, um Banana mas um acontecimento está prestes a mudar a vida de todos (e todas): os The Wage vão ser entrevistados na RUC, no programa Santos da Casa amanhã, Sábado, às 19h.

quinta-feira, junho 22

Recados a Timor !

Nada vale as lágrimas de uma criança.

Banana Gusmão?

Xanana Gusmão pede a demissão do Primeiro Ministro, Mari Alkatiri, na passada terça-feira, numa carta endereçada ao mesmo. Se não o fizer, ele próprio o demitirá (posição alterada no discurso de hoje, para ele próprio se demitirá, quando lhe disseram que não tinha o poder para demitir Alkatiri). Esta (clicar para ver maior):

Xanana baseia a sua decisão num documentário da cadeia de televisão australiana ABC, realizado por jornalistas que obtiveram documentos "secretos" (maioritariamente cartas a Alkatiri) através de um dos "comandantes" das milícias pretensamente armadas por Alkatiri, Railós, ex-militar expulso do exército (ficou lixado...).

É no mínimo estranha a insensatez do Presidente da República ao, unilateralmente, quando teria uma reunião marcada com Alkatiri para amanhã, exigir a demissão do PM nestas condições. Ainda para mais baseando-se num programa de televisão!

Alguma oposição, ainda mais irresponsável, marca uma invasão do parlamento para sexta, estando já a mobilizar, com camiões, a "massa popular". O PD e a UDT afirmam que «a massa popular vai ocupar o Parlamento e o Palácio do Governo e vai fechar as portas para que o Mari [Alkatiri] e o [Francisco Guterres] 'Lu-Olo', os dois criminosos, não entrem. É o povo em geral que vai fazer isto».(o povo em geral e os partidos em particular...)

Xanana coloca achas na fogueira, acusando a direcção da Fretilin de golpe de estado e de ter sido eleita ilegalmente, lançando dados que, aparentemente, já sabia, e com os quais tinha sido conivente, senão participante activo. Acusa ainda a direcção de tentar controlar o país, com ameaças, ao afirmarem "só a fretilin pode causar a estabilidade e a instabilidade" (Rogério Lobato).
A questão é que é verdade. Para o bem e para o mal, a Fretilin manda. A demissão do governo e eleições antecipadas só vão causar mais instabilidade, trazer mais incertezas, mais tumultos, com todos os grupos bipolares a causar distúrbios e a tentar meter a colher na sopa. E a seis meses de uma resolução da ONU para envio de capacetes azuis para o território.
De qualquer modo, vamos ver sexta-feira onde estarão os pacificadores australianos aquando do "levantamento popular" no parlamento.

Recados ( II )

A história das organizações revolucionárias foi a história da sua capacidade de correção de seus erros oportunistas e ultra-esquerdistas. A massa dos trabalhadores aspira, ardentemente, à unidade para lutar, mas não gostam de direções monolíticas. Apreciam o debate, desde que seja objetivo, claro e respeitoso: querem poder ouvir os argumentos e ter o direito de decisão sobre suas lutas e lideranças. Querem democracia para poder construir a unidade na luta.

Valério Arcary

Recados

?Seria absurdo negar a existência de tendências sectárias em nosso seio. As discussões e cisões as colocaram a nu. Como poderia deixar de haver um elemento de sectarismo em um movimento ideológico irreconciliavelmente oposto a todas as organizações dominantes na classe operária, submetido a perseguições monstruosas? (...)Ainda que nomeie Marx em cada frase, o sectário é a negação direta do materialismo dialético, que sempre toma a experiência como ponto de partida (...)O sectário não compreende a ação e reação dialética entre um programa acabado e a luta viva ? isto é imperfeita e não acabada ? das massas (...)O sectário vive em um mundo de fórmulas pre-fabricadas.?
Leon Trotsky

O voto de castidade de dogma 95

"I swear to submit to the following set of rules drawn up and confirmed by DOGME 95:

1. Shooting must be done on location. Props and sets must not be brought in (if a particular prop is necessary for the story, a location must be chosen where this prop is to be found).
2. The sound must never be produced apart from the images or vice versa. (Music must not be used unless it occurs where the scene is being shot).
3. The camera must be hand-held. Any movement or immobility attainable in the hand is permitted. (The film must not take place where the camera is standing; shooting must take place where the film takes place).
4. The film must be in colour. Special lighting is not acceptable. (If there is too little light for exposure the scene must be cut or a single lamp be attached to the camera).
5. Optical work and filters are forbidden.
6. The film must not contain superficial action. (Murders, weapons, etc. must not occur.)
7. Temporal and geographical alienation are forbidden. (That is to say that the film takes place here and now.)
8. Genre movies are not acceptable.
9. The film format must be Academy 35 mm.
10. The director must not be credited.
Furthermore I swear as a director to refrain from personal taste! I am no longer an artist. I swear to refrain from creating a "work", as I regard the instant as more important than the whole. My supreme goal is to force the truth out of my characters and settings. I swear to do so by all the means available and at the cost of any good taste and any aesthetic considerations.
Thus I make my VOW OF CHASTITY."
Copenhagen, Monday 13 March 1995

On behalf of DOGME 95
In 1960 enough was enough! The movie had been cosmeticised to death, they said; yet since then the use of cosmetics has exploded.
The ?supreme? task of the decadent film-makers is to fool the audience. Is that what we are so proud of? Is that what the ?100 years? have brought us? Illusions via which emotions can be communicated? ... By the individual artist?s free choice of trickery?

Predictability (dramaturgy) has become the golden calf around which we dance. Having the characters? inner lives justify the plot is too complicated, and not ?high art?. As never before, the superficial action and the superficial movie are receiving all the praise.
The result is barren. An illusion of pathos and an illusion of love.

To DOGME 95 the movie is not illusion!
Today a technological storm is raging of which the result is the elevation of cosmetics to God. By using new technology anyone at any time can wash the last grains of truth away in the deadly embrace of sensation. The illusions are everything the movie can hide behind.

DOGME 95 counters the film of illusion by the presentation of an indisputable set of rules known as THE VOW OF CHASTITY.

Paris Texas

Um filme que coloca a vida, a onde ela realmente existe.
Na tristeza, no sonho e nas lentas deambulações da alma.





Por um novo paradigma de espaço publico.

Last summer, Christoph Steinbrener and Rainer Dempf applied this concept to the urban settings themselves. In a remarkable display of cooperation for the sake of art, every store on a popular shopping street in Vienna allowed their signage to be masked in yellow fluorescent foil.
The artists also ?deleted? all public signs and signals, except those necessary for road safety. The installation ran from June 6?30. The man in the photo is pondering either the ?smooth orderless space? or ?the geometric bodies now more evident due to the monochrome uniformity of the signs?. Or he?s trying to figure out where the hell he is. That?s okay. A little befuddlement is a small price to pay for such a powerful piece of art. Christoph and Rainer, bring it Stateside! (Unfortunately, I don?t think we?d see this on any U.S. street. A public space project like The Gates is one thing, but American businesses allowing their logos to be concealed? Sadly, never.)

Simulations of projects in New York City and Ginza:



quarta-feira, junho 21

Yes kids i am a total geek!


Tive 31.55819% - Total Geek

terça-feira, junho 20

Espaço Privado

Espaço Público

I'm a Geek.



És um geek?
16,96% nos meus resultados, o que me transforma em... geek! Tudo porque sei contar até 31 com os dedos de uma mão...

segunda-feira, junho 19

à esquerda do possível: «...uma outra América Latina»

Raul Brandão

(...) Cale-se! Para que é que se lhe mata a fome? Não seja desagradecida. (...) A senhora é pobre, não é? Pois então seja humilde ? que a humildade fica bem para quem não tem um pataco de seu (...) Para que é que eu sou rico? É para à aturar à senhora?... E vá, de pequenino, habituando seu filho a sofrer; crie-o para o que ele tem de vir a ser

O pobre é rebaixado à condição de animal (zoomorfização), deixa de ter acesso até à satisfação das necessidades primárias, perdendo suas características humanas: ?(...) Lá vai enchendo o papo!...?

(...) esta gente pobre nunca está doente. Não se lhes pega nada, nem uma dor de barriga! A coisa ruim não acontece desastre! Só eu cá ando com os meus padecimentos há tantos anos!...Há muito que conheço esta Candidinha e nunca a vi se queixar senão de fome.

estados de espirito

""Teatro só para nós mesmos, onde não há máscaras, (...) Assim essa arquitetura feita de invejas, de ódios, de pequeninos nadas, era a Candidinha; a outra não passava duma máscara...""

Raul brandão

Desespero!

domingo, junho 18

O que o menino tr e o apanho sol precisam é disto





Espaço privado!

Resposta a Tr ( II ) !!!!

Nas tuas mãos corre o sangue daqueles que padeceram a lutar por uma modernidade mais humana.

O que falamos quando falamos em espaço privado?

A busca pelo espaço publico!



Resposta a Tr!

Espaço privado!

A modernidade!

O que é a modernidade e a sua supressão senão a procura de um novo equilibrio entre o espaço público e o espaço privado? O que é o modernismo senão a mediação entre espaço público e privado! Se o modernismo surge com o advento do binómio "espaço privado"/"espaço público", que melhor, senão mesmo a única maneira de superar o espaço senão através da subversão de um deles? Ou dos dois? A re-criação de um novo espaço social só é possível pondo em cheque os espaços da modernidade. Somos inteiramente o espaço que construímos e que influenciamos. O espaço que queremos será quem seremos. Acredito que deste binómio só nascerá um melhor se a subversão for feita no espaço público. Subvertendo o espaço público recriamos o espaço privado.

(eventualmente) poderia ser um manifesto anti-Seabra Santos [reitor da UC]...

num artigo de opinião do Expresso: "nos EUA a liderança das universidades é normalmente ocupada por investigadores muito reputados, com provas dadas na comunidade científica (...) quem são os líderes das nossas universidades? Cientistas com provas dadas? [...] existe uma correlação entre o «ranking» da instituição e o número de publicações e citações do seu líder em revistas científicas. Por outras palavras, as melhores universidades são lideradas por cientistas, o que sugere que um cientista de sucesso possui um conhecimento mais aprofundado da actividade académica, que é essencial para uma liderança eficaz da universidade. Por outro lado, no sul da Europa, os líderes das universidades não são, tipicamente, (...) cientistas reputados (...) São raros os exemplos de líderes de universidades europeias que se tenham notabilizado pelas suas carreiras científicas, existindo uma enorme disparidade na comparação das suas publicações e citações em relação aos congéneres americanos. [...] porque é que os melhores cientistas não atingem as posições cimeiras das universidades do sul da Europa? Os líderes universitários desta nossa parte do mundo são normalmente produtos de incesto académico e caciquismo político. Em regra são os licenciados e depois doutorados «da casa», que após uma longa carreira na mesma universidade, são eleitos líderes."

Um contributo a uma qualquer discussão parva do blogue.

Tenho visto com algum regozijo um bate-boca, que é apenas o que pode existir com pessoas (!?) que não assinam posts, muito gostoso (perdoem-me a cópia pequeno-burguesa e reaccionária) entre um porta-voz de um aparente grupelho maçónico, que acredita que para fazer a revolução (seja lá o que isso for!?) basta apenas um decreto, e um muito amigo (diferenças politicas à parte) burguês e bon vivant Kamarada. Em abono da verdade, toda esta discussão não faz sentido. Tal como dizia um velho e sábio senhor "A revolução (!?), tal como o AMOR, não são possíveis sem um programa de transição", e para bem da verdade (ou não fosse ela revolucionária), nesse campo, tanto um como outro há muito esqueceram o significado de programa de transição. Um perdeu-se para a social-democracia honesta (mas porra!! honesta ou não é social democracia) e o outro perdeu-se para um revisionismo histórico que dá pelo nome de ESTALINISMO MAÇÓNICO. Em vez de perderem tempo com discussões estéreis, aproveitem o verão para se apaixonarem, para verem bucólicas libelinhas a planar sobre os seios de campestres donzelas.

Em jeito de dedicatória/conselho oiçam as sábias palavras do mestre neo-realista Raul Brandão:

"""

Ouço sempre o mesmo ruído de morte que devagar rói e persiste...

Uma vila encardida - ruas desertas - pátios de lajes soerguidas pelo único esforço da erva - o castelo - restos intactos de muralha que não têm serventia. Uma escada encravada nos alvéolos das paredes não conduz a nenhures. Só uma figueira brava conseguiu meter-se nos interstícios das pedras e delas extrai suco e vida. (... ) Sobre isto um tom denegrido e uniforme: a humidade entranhou-se na pedra, o sol entranhou-se na humidade. (... )

Silêncio. (...) Ouço sempre o trabalho persistente do caruncho que rói há séculos na madeira e nas almas.

Húmus

"""

sábado, junho 17

Os corruptíveis contra a pirataria

Nos idos de Abril, houve aqui umas discordâncias acerca do copyright, ou melhor, da reinterpretação orwelliana de copyright que a indústria da cultura anda a impor pela calada nos parlamentos deste mundo (bitaites meus e do mda).

Esta é das questões mais interessantes do nosso tempo, mas em vez de discussão séria e aprofundada, mantenho-me fiel ao espírito da blogosfera e à preguiça mental: mando-vos mais uns links para se entreterem.

A Electronic Frontier Foundation (EFF), grupo americano de defesa dos "civil rights" (estes americanos mantêm sempre as coisas muito moderadas e respeitáveis), terá acusado o toque com aquela maravilhosa bd da Business Software Alliance (BSA) que originou a nossa discussão, vai daí responde agora também em forma animada. Ladies and gentlemen... vêm aí os corruptíveis!

Confesso que me diverte mais a bd da BSA -- a inanidade diverte mais que a sensatez -- mas se for para dar umas ensaboadelas à criançada nas escolas, não tenho dúvidas em preferir o sabão da EFF. E tu, caro mda?

sexta-feira, junho 16

... eu prefiro ver o Mundo a technicolor!!!

há quem só consiga ver o Mundo a preto e branco...

a avaliação d@s professor@s pelos pais...

quinta-feira, junho 15

já não se fazem presidentes como antigamente...

"O emprego vai ser uma causa fundamental nos próximos anos", frisou, ontem em conferência de imprensa, o presidente da direcção-geral da AAC, Fernando Gonçalves; [no JN].
a Zita orientou-se, o Tó Silva também se orientou, o Capote é de Medicina logo já estava orientado à partida, o Humberto orientou-se, o Dodot soube orientar-se, o Miguel está a trilhar o seu próprio caminho e... o "Gugas" parece que pede ajuda ao ENDA (para reflectirem[?] com ele sobre o emprego)??

absoluto filme de terror??!!!

imagine-se Valentim, Fátinha, Isaltino e outr@s autarcas que tais (muito abundantes no nosso país) à frente das Escolas...
«PSD quer [pré-]escolas [e primárias] geridas por Câmaras [Municipais]»; [no JN].

quarta-feira, junho 14

Pesadelo na rua Dias da Silva

acidente...


Descia a rua a 40Km/h. Tinha-me esquecido do telemóvel em casa. De repente, de uma garagem, surge da esquerda um carro que se mete na estrada tão estreita que tem apenas um sentido. Não me posso desviar para a direita para não bater no muro, travo, as roas bloqueiam e começam a deslizar (a estrada está molhada), tento desviar o carro mas ele não desvia. Naquela fracção de segundo mesmo antes de bater apercebo-me que não há volta a dar-lhe, o carro vai bater, o carro vai bater, como é que eu vou dizer aos meus pais?, o carro vai bater. O carro bateu. Capot amolgado, para-choques partido, farol desfeito, chapa lateral amolgada, vidros no chão.
"Não o vi..." - disse-me o homem.

terça-feira, junho 13

outros Diplo's, enquanto a edição portuguesa continua em suspenso...

Deadline.


All work and no play makes Johnny a dull boy!

segunda-feira, junho 12

se assim é, retirem-me a nacionalidade s.f.f.

«Juízes recusam nacionalidade a quem não sabe o hino»
Ana (nome fictício) nasceu na Índia, mas é casada com um cidadão de nacionalidade portuguesa. Vive no nosso país desde 1997, habita em casa própria, e fala fluentemente a língua de Camões. Ana não conhece, no entanto, o hino de Portugal. Não sabe a letra, nem a música, nem conhece nenhuma figura relevante da cultura portuguesa.
Em contrapartida, Ana tem dois filhos que já nasceram em território português. Que andam na escola, que falam correctamente a língua e que estão perfeitamente integrados na comunidade local.
(...) Para o Tribunal da Relação de Lisboa, Ana não preenche os requisitos para obter a nacionalidade portuguesa. Porque não provou, dizem os juízes, a "sua ligação efectiva à comunidade nacional".

[no Público]

sábado, junho 10

Remember, remember...(III)



P.S.: Estes estão de volta...

Remember, remember...(II)

sexta-feira, junho 9

III Reich

Vasco Pulido Valente compara, hoje no Público, a paranóia anti-tabagista e o ministro Correia de Campos a Hitler e à obsessão pela "raça pura". Retirando do discurso a verve belicista do costume, concordo inteiramente, embora o ministro da saúde não seja inteiramente responsável. De há anos para cá implantam-se os pilares de uma nova Europa, uma Europa asséptica, hiper-higiénica, com cheiro a éter, segura. O Estado é um peso para o desenvolvimento económico, a iniciativa privada e os cidadãos serão o Deus ex machina da crise que grassa por aí, mas no que toca à sua( individual) saúde, bem-estar e segurança, será o Pater Estado a garantir que os meninos não se magoam. Ele é as colheres de pau e os galheteiros de azeite nos restaurantes, as multas por ir à água com bandeira vermelha, as rolhas de plástico nas garrafas de vinho, o cinto de segurança( que, como é sabido, coloca em risco terceiros), o anti-tabagismo da praxe, etc... Não tardará que os padeiros não possam tocar na massa do pão com as mãos ou os talheres nos restaurantes sejam descartáveis, juntamente com o resto da loiça.

III Reich? Não! É uma versão Europeia do Corão.

Remember, remember...

Tortura

A diferença entre Abu Grahib e um consultóruio de dentista é a anestesia. Mas a anestesia, é sabido, tem um efeito temporário.

assim [ao longo dos tempos] vão os «yankees» criando ícones para uns e para outros...

[foto de Ernesto "Che" Guevara, cadáver, assassinado na Bolívia a mando dos serviços secretos do Governo dos Estados Unidos da América (a C.I.A.). 9 de Outubro de 1967.]

[foto de Abu Mussab al-Zarqawi, cadáver, assassinado pelas forças militares norte-americanas ocupantes do Iraque. 7 de Junho de 2006.]