quarta-feira, abril 12

Copyright / Copywrong?

Na continuação dos posts da SMR, do e do Koenige (isto de não tratar as pessoas pelo nome é uma treta!), aqui vai:

Os problemas da cópia ilegal de músicas, filmes e software são muito idênticos, trata-se de uma prática que consiste em arranjar produtos comercializados de graça ou a preços muito baixos. No caso da música, por muito reduzida que seja a margem de lucro das bandas sobre os álbuns vendidos, a verdade é que as bandas fazem contratos discográficos para poderem ver o seu trabalho divulgado pelo meio mais eficaz: o mercado. Nesse sentido, é aceitável e justo que as editoras estabeleçam margens de lucro para as próprias. Reparem que não se trata de nenhum bem público, é "apenas" culura. Por muito que nos irrite não ter dinheiro para comprar a quantidade de álbuns que queremos, é egocêntrico e infantil defender o roubo destes produtos porque, de facto, quando nos apoderamos de um produto comercializado sem o pagar, é de roubo que se trata.
Quando as editoras dizem que se deve fazer algo para impedir cópias ilegais, estão no seu direito reclamando intervenção dos Estados no sentido de regular as práticas comerciais, estão apenas a pedir aos Estados que mantenha o funcionamento do mercado sem interferência de práticas desreguladoras (mesmo que o façam com BDs tão ridículas como as de uma qualquer campanha de prevenção rodoviária). Estamos, portanto, perante uma reivindicação perfeitamente legitima, a de que seja o mercado a regular os preços (em relação à qual não levanto grandes objecções desde que nao se trate de nenhum bem público mesmo que a definição de bem público varie como o vento).

Há algumas respostas a serem esboçadas. São respostas também legítimas que ganham forma quando as bandas tentam fugir aos mecanismos de mercado, disponibilizando álbuns na internet ou quando é criado Software Open Source. Há, efectivamente, bandas que não estabelecem como objectivo ganhar dinheiro através da venda de álbuns até porque isso pode aumentar as receitas dos concertos mas essa é apenas uma prática tão legítima e tão racional como a das bandas que celebram contratos editoriais para divulgarem o seu trabalho.

Os preços são demasiado altos? Preferia que fossem substancialmente mais baratos para pder comprar mais? Sem dúvida, mas o mesmo se aplica aos preços das viagens a Nova Iorque ou aos preços das estadias em bons hotéis. A diferença é que a internet ainda não proporciona uma alternativa barata a uma visita a Greenwich Village.

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ora, isso é tudo muito lindo mas tal como já foi dito antes, é tão ilegal fotocopiar uma página de um livro como fazer download de um musica, ambos estão protegidos pelos mesmos direitos, por isso toca a tirar as fotocopiadoras das bibliotecas! E qdo eramos putos e gravavamos as musicas da radio para termos uma cassete bonita para mostrar aos amigos? Estavamos a infringir a mesma lei... E o mesmo se passa com uma gravação em vhs e por aí fora. É impossivel evitar este "roubo" de propriedade intelectual, certas coisas passam a ser de certo modo públicas. E já agora, isto n foi aplicado a filmes, software, ebooks, etc, apenas à musica, isto pq os senhores das discográficas basicamente n querem saber dos artistas mas sim deles, e sim a musica é mto cara, o valor real de um cd s uns escassos 40 centimos, o artista ganha algo como 2 euros e o cd sai com um preço de 8euros e uns centimos, tudo o resto fica nos bolsos das lojas (sim, as margens de lucro s de mais de 100%) o que é uma coisa ridícula... Basicamente estão a tentar salvar uma industria viciada e quem vai pagar s os pequenos artistas q deixam de ter como dar a conhecer os seus projectos, mas isto é uma questão de tempo, a própria industria discográfica há-de rever a sua posição e se ela n o fizer, aquilo q aconteceu no Canadá e em França vai-se repetir noutros países. Às vezes, mais do que se ser politicamente correcto, temos de ver o quão ridículas s algumas questões, basicamente isto n passa de um interesse comercial q provavelmente nem parte dos artiscas mas sim das discográficas

4/12/2006 12:12:00 da tarde  
Blogger MDA said...

Pois claro que se trata de um interesse comercial, nunca disse o contrário. O que digo é que esse interesse comercial é legítimo e a sua lógica de funcionamento consiste na maximização do lucro.
Por ser impossível evitar o roubo, não quer dizer que não é desejável fazê-lo, controlo do tráfego na internet é dificil de ser feito mas continuo a dizer que essa reivindicação das editoras faz todo o sentido.
É o mercado! Quem não tem dinheiro, não compra: ou fica sem o produto ou rouba. Isto não quer dizer que este roubo se torne moralmente aceitável (e, por vezes, emancipatório).

4/12/2006 01:25:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sim mas eu volto a dizer o q disse antes, as cópias dos livros tb s ilegais, por isso os estudantes pobres que fotocopiam obras de dezenas, por vezes centenas de euros n deviam frequentar para o ensino superior... É a partir de um raciocinio básico e parvo como este que se vai gerar uma alternativa, há coisas que n se podem evitar, as discográficas vão perceber isso da maneira mais dificil, básicamente estão a cavar a sua própria cova pq depois disto muita gente que utilizava os downloads para conhecer os albuns que mais tarde iria comprar vai deixar de o fazer como forma de revolta. Além do mais é legitima a preocupação dos musicos pq eles sim s os verdadeiros proprietários dos direitos de autor, e se a lei fosse feita de acordo com esses direitos (e escolhas dos próprios) então aí sim, haveria razão, de outro modo isto n passa de uma medida ridicula e infundada q qdo chegar ao limite vai mudar para sempre esse monopolio de interesses. Há muitos artistas que n tiram qq partido destas medidas (antes pelo contrário), as ante-estreias de muitos albuns s feitas na internet e pq? Pq muitas vezes s os proprios artistas q colocam algumas faixas na rede P2P para testar reacções, o anonimato da rede permite com q pareçam fugas qdo na realidade s testes ao público. Esta suposta medida justa e inteligente ainda vai dar muitas voltas, qto mais n seja pq os maus hábitos tb já estão instalados e as coisas nunca têm tendência para andar para trás....

4/12/2006 06:37:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não há dúvida que este é um problema complicado de resolver... conciliar os diversos interesses (público, artistas, editoras, etc.) é o desafio que se coloca a muita gente, nomeadamente aos juristas, basta ver a variedade de licenças de direitos de autor nos vários campos, desde software até literatura. Mas não deixa de ser uma boa oportunidade para as várias indústrias inovarem no sentido de levar os consumidores a preferirem os seus produtos à denominada pirataria (mundo no qual foi introduzido após gravar uma K7 dos MiniStars no jardim escola, acto do qual ainda hoje me arrependo profundamente...), e isto pode ser feito de modo bem simples como a edição de um albúm esteticamente apelativo, em oposição à "cinzenta" caixa plástica do CD, ou no caso da informática, com a criação de soluções "à medida do cliente" e nos serviços pós-venda, como fazem muitas empresas de software livre. Urge ser inventivo!

4/12/2006 07:25:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Na minha opinião já n há um regresso às origens, a música com formato físico está à beira do fim. As editoras sabem disso e é contra isso q estão a lutar, ou melhor já n lutam pq elas proprias dispoem de alternativas digitais (o itunes veio dar uma maozinha). E pq o arrependimento de gravar a dita k7 dos ministars? É o acto mais natural do mundo, e é por isso q me sinto indignado com esta questão, se n podemos copiar k7 pq nos da a tecnologia essa hipotese? E o mm se passa com os cds! As copias para uso proprio n ofendem nem prejudicam ninguem, em vez de combaterem os piratas q ganham dinheiro com as copias ilegais, combatem os consumidores, ora tendo em conta os preços da musica quem vai ficar a ganhar s os q têm equipamento para contornar a lei e a capacidade de ganhar dinheiro com isso! Isto basicamente vai mas é dar mto dinheiro a ganhar a esses tolos, os consumidores alvo destas campanhas optarão sempre pelas vias menos dispendiosas até pq a alternativa é mesmo n consumir... É engraçado como apontam logo o dedo as downloads ilegais por causa do consumo musical ter vindo a diminuir, realmente n tem nada a ver com o facto de o país estar em crise e a musica ser vendida a preços proíbitivos, pois claro q não, mas tal como disse antes esta campanha agressiva vai sair mto cara à industria discográfica. Enfim, por todos os motivos e mais alguns esta historia para mim cai mto mal, é certo q os autores têm os seus direitos mas assim sendo q alarguem isso a todas as areas, à cinematográfica, à literatura etc etc, e em breve n podemos ver o filme q vai dar tarde na tv pq n podemos deixar o video a gravar, n podemos fotocopiar aquela pagina q tinha uma ou outra informação útil, nem copy paste na internet, nem nada q lhe valha...

4/13/2006 06:33:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Só posso adiantar que a natureza do meu arrependimento não se ficou a dever à suposta ilegalidade cometida... se assim fosse não conseguia dormir há muito tempo...lol. E é claro, a tecnologia dá-nos essa possibilidade e cabe-nos a nós decidir de que modo a queremos usar, é tudo uma questão de bom senso. Até porque se não fosse a "pirataria" e o P2P as vendas de produtos como o iPod seriam bem menores... e sendo assim, as próprias empresas de hardware são das que mais ganham com este "negócio".

4/14/2006 06:15:00 da tarde  

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