A doce e inspiradora ressaca!
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Foi um ar que se lhe deu. Simplesmente.
"as regras do financiamento da investigação científica têm produzido efeitos perversos. Ele faz-se em resultado de uma avaliação quantitativa das instituições levada a cabo por entidades exteriores às mesmas, entre as quais se encontram cada vez mais especialistas estrangeiros. Como é evidente, ninguém espera que as equipas de avaliação gastem meses a examinar - a ler - a produção das instituições em apreço"
"Qualquer tipo de conhecimento que não seja directa ou indirectamente rentabilizável no mercado, que não sirva o progresso tecnológico das empresas ou que não seja instrumental para a definição imediata das políticas governativas, terá cada vez mais dificuldade em obter financiamento num mundo dominado por um conceito utilitarista da Ciência e Universidade (...) Do lado do ensino, as coisas não vão melhor: pretende-se fazer da Universidade uma mera escola de formação profissional e sujeitar o que lá se ensina e aprende às solicitações do mercado e às necessidades das empresas"
"Infelizmente, as humanidades não são práticas nem úteis: o seu estudo e difusão apenas terão o efeito de tornar a sociedade menos ignorante. Mas - como interrogava Alan Bloom - se a Universidade não serve para ensinar a ler Virgílio em latim, para que diabo servirá então?"