quarta-feira, setembro 27

O Bento XVI também acerta!

São Bernardo de Claraval _ doutor da Igreja que viveu entre os séculos XI e XII, e que a liturgia da Igreja recorda hoje _ foi o ponto de partida para a reflexão que antecedeu a oração mariana do Angelus, neste domingo, na residência apostólica de verão, em Castel Gandolfo, onde o Papa está transcorrendo este período do verão europeu. O pátio interno da residência pontifícia estava repleto de fiéis e peregrinos.São Bernardo de Claraval foi abade do mosteiro cisterciense de Claraval, por 38 anos, e desempenhou intensa atividade apostólica, apesar de viver no silêncio e na contemplação. Seu esforço para conter seu forte temperamento e sua humildade em admitir seus limites e fraquezas foram exemplares.A riqueza e o valor de sua teologia propunham a verdade da fé com um estilo tão claro e incisivo, que fascinavam o ouvinte e o dispunham ao recolhimento e à oração. Seus escritos revelam a rica experiência interior que ele conseguia comunicar aos outros, com surpreendente convicção."Para ele, a maior força da vida espiritual era o amor. Deus, que é amor, cria o homem por amor e o resgata por amor. A salvação de todos os seres humanos, feridos pela culpa original e por seus pecados pessoais _ recordou Bento XVI _ consiste em aderir firmemente à caridade divina, que nos é revelada em Cristo, crucificado e ressuscitado."Outro legado importante de São Bernardo, segundo o Papa, foi sua teoria a respeito da importância do recolhimento interior _ elemento essencial da piedade. Assim sendo, é preciso proteger-se dos riscos da excessiva atividade, qualquer que esta seja, porque muitas ocupações podem conduzir à "dureza do coração, ao sofrimento do espírito, à perda da inteligência e à dispersão da graça".Essa advertência de São Bernardo _ sublinhou Bento XVI _ é válida para todos os tipos de trabalho, inclusive os inerentes ao governo da Igreja.Reiterando que esse chamado à oração e à contemplação é, hoje, mais útil do que nunca, o Papa pediu a São Bernardo que nos ajudasse a concretizar tal chamado, confiando seu pedido também à intercessão de Nossa Senhora.Concluindo, Bento XVI implorou a Maria, o tão ansiado dom da paz _ justa e duradoura _ para todo o mundo, e a comparou à estrela com a qual os navegantes se orientam para não se perder no mar. (CM)

in radio vaticano