quinta-feira, julho 27

Líbano (resposta a mda)

mda (1 e 2), o debate contigo em torno da guerra no Líbano tem-me deixado a impressão de um estranho desequilíbrio de prioridades. Caralho, irrita-te mais o que os esquerdistas dizem a propósito da guerra que a guerra em si!

Esquece os esquerdistas por agora, deixa lá isso, que temos tempo. Tenta ver as coisas em função dos que lá estão e do que efectivamente lá se passa, não em função das nossas identidadezinhas e tricas, que é onde essa atitude leva. Não deixes que os traumas com os esquerdismos locais (há tantos...) tolham a tua visão global.

Para que debatemos estas coisas? Como sugeri há dias, fazemos a parte ínfima de um debate mais geral na sociedade que constrói a opinião pública e condiciona opções políticas reais. Neste momento a opção é a mensagem política a passar a Israel: ou "parem com essa merda!" ou "façam o que quiserem!". Porquê a Israel? Porque é Israel que tem o poder nesta situação (wikipedia):

* Líbano: cerca de 270 mortos, 540 feridos e 700 000 (!) refugiados
* Israel: 52 mortos (33 dos quais soldados), 500 "tratados em hospitais" (não necessariamente feridos) , 0 refugiados .

Até agora têm feito o que querem, incluindo coisas como bombardear ambulâncias, hospitais, colunas de civis em fuga pela estrada (uma história macabra, cf. Human Rights Watch), a principal fábrica de leite libanesa (mais wikipedia). Haveria militantes do Hezbollah em todos estes sítios?! Para quem consegue matar o Cheik Iassin no meio de uma cidade, isto não é má pontaria, é estratégia deliberada. A discussão sobre as suas motivações é uma coisa, sobre a atitude política a tomar nestas circunstâncias, outra inteiramente diferente.

Penso que é humano, sem ser necessariamente cretino, exigir que se pare este festim. Isso não tem de vir de um tique pró-islâmico/anti-semita esquerdista, mas de uma avaliação de quem merece ser protegido nesta situação muito concreta. Sim, noutra situação poderiam ser os israelitas. É nestas situações que se vê que "defesa dos oprimidos" pode ser muito mais que um slogan cretino.

1 Comments:

Blogger Boris Shroeder said...

Não coloco os vizinhos de Israel no grupo quem merece ser protegido nesta situação muito concreta; acho que esse grupo é mais a Europa ou mesmo o Mundo (excepto EUA). Ainda assim confesso que há alturas em que dou por mim a pensar se os aliados não fizeram o Dia D um anito antes do necessário! Mas quem pode adivinhar o futuro?

7/27/2006 02:31:00 da tarde  

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