quinta-feira, julho 31

Hoje, em dois jornais diários, dei-me conta de ter lido a expressão Kafkiano pelo menos três vezes. Generalizou-se, não sei bem em que altura, o uso deste termo. Hoje em dia é Kafkiano para tudo quanto é sítio. Diga-se, em abono da Verdade, ou quase, que os tempos são propícios.
Justa homenagem ao senhor? não sei. Contextualizado? talvez. Kitsch? a rodos. De qualquer modo, faz-me uma certa comichão a redução do Autor à  exclusividade de um universo por ele descrito.
E pensar que Kafka não tinha qualquer tipo de intenção de ver publicados os seus escritos, ao ponto de ter confiado a destruição de todos os seus documentos a um amigo, a encetar após a sua morte...
E a que outro autor seria chamada a responsabilidade de dar o seu nome para representar aquela Ideia? Imagino Gógoliano espalhado por aí...(talvez noutra dimensão...)