quarta-feira, julho 30

Existe um défice de militância nas camadas jovens?
Existe.
Refiro-me à militância como espaço comum de discussão, criação de projectos e respectiva execução, em torno de uma ideia ou conjunto de ideias/ideais, independentemente de ser, ou não, no seio de um partido.
Encontro motivos na crescente velocidade que o ritmo da competitividade impõe nas sociedades deste novo milénio, limitando o exercício da cidadania a a consciência crítica nos jovens principalmente. O sentimento de insegurança ao nível individual é, mais que nunca, dominante, com a consequente alienação no statu quo de um futuro lugar no mercado de trabalho. Para além disso, o desalento relativamente à vida política, que é também devido ao papel dos media, reféns de imposições empresariais, sofrendo agora do síndrome de Estocolmo, acarreta consequências ao nível do associativismo supra-partidário.
Por outro lado, o sentimento de insegurança realça ainda mais a procura de um terceiro sujeito, para além do outro igual, um terceiro que se encontra sempre presente, não obstante a sua natureza. Mas resume-se agora a uma presença cómoda, protectora, um ideal como instituição per si, fora da esfera do controlo individual, o que explica o crescendo da fé cega nos conceitos tradicionalistas, como Deus ou a Nação...