quinta-feira, agosto 3

Líbano

Dentro de alguns meses (meses, se tudo correr mal para Israel) ninguém (opinião pública - média, tasqueiros e publicistas) se irá lembrar deste conflito. Aconteceu com o Afeganistão e está a acontecer com o Iraque, reportando-me somente aos últimos anos. A bem ver, já neste momento quase toda essa gente no Ocidente está a marimbar-se para a coisa.
É uma questão de agendas.
A esquerda mais activista delicia-se com o erro estratégico de Israel (opinião minha) e aproveita a deixa para introduzir, legitimamente, a sua agenda política, tomando a iniciativa da discussão, reforçando, e forçando, ainda mais a sua posição tradicional sobre a questão do médio oriente.
A direita, no estilo mais reactivo que lhe é reconhecida, responde, também assumindo o seu papel na guerra de trincheiras, mais para não perder protagonismo na discussão que por ter grande vontade de exprimir uma opinião que não lhe trará grandes benefícios políticos.
Sobra, lamentavelmente para eles, os habitantes do centrão, mais à esquerda, como este e outros quejandos, que, para manter distância de um esquerdismo mais demagógico, e tipicamente também por razões de agenda pessoal, puxam a corda com igual força mas em sentido inverso, contentíssimos pela exposição pública decorrente de serem usados (citados, nomeados, etc) pelos tubarões da opinião pública.
No final de contas, e até Israel encontrar uma saída airosa para o buraco em que se enfiou, não teremos mais que isto.