Situando-me num lugar hÃbrido nesta discussão «Pós-modernidade vs. Anti-pós-modernidade» (conheço pessoas que são anti-teatro e anti-poesia e como tal auto-classificam-se e, a partir daà concebo “antiâ€� a anteceder seja do que for) vou tentar esclarecer determinados pontos, na estrita medida em que os digo e como pessoalmente os entendo:
1. No que respeita à relação pós-modernidade/modernidade, não pretendi sugerir que a primeira fosse um mero «revisionismo paradigmático» da segunda, pretendi, apenas, considerar a primeira uma reescrita da segunda.
2. Esta reescrita cativa-me na medida em que narrativas que sempre foram inquestionáveis até determinada altura (modernidade?) – e que serviram para acriticamente explicar e legitimar determinadas instituições (seja a igreja católica ou qualquer outra), práticas sociais ou polÃticas (sejam elas o capitalismo ou o comunismo), legislações, condicionalismos morais e, simplesmente, maneiras de pensar – começam a ser postas em causa. O mesmo jogo, com outras regras.
3. Por outro lado, dentro dessas meta-narrativas englobo o discurso cientÃfico, que cada vez mais explica tudo (mesmo sem o explicar...) e por ser cientÃfico é inabalável.
4. Entendo as acusações de onanismo intelectual dirigidas à redução de (quase) tudo a uma narrativa. Respeito-as, ou melhor, aceito-as. Sei que é um exercÃcio intelectual «giro» (decorativo e inútil). Apesar disso, simpatizo com ele.
5. Em relação ao extremo subjectivismo («um subjectivismo radical e decadente»), este não deve ser entendido ao pé da letra. O apelo feito, pela pós-modernidade, ao particular, singular, único, temporário e provisório (e, consequentemente, ao juÃzo estético da Terceira CrÃtica) resulta da massificação e progressiva normalização da sociedade, que deixa de fora O Estrangeiro e O Idiota – em suma, O Outro.
Por fim: «– Não entendo o que quer dizer com «glória» - confessou Alice. Humpty Dumpty sorriu com um ar de desprezo. – Pois não... até eu te dizer. Quis dizer, «ora aà tens um argumento imbatÃvel».– Mas «glória» não quer dizer «um argumento imbatÃvel» – objectou Alice. – Quando eu emprego uma palavra, ela quer dizer exactamente o que me apetecer... nem mais nem menos – retorquiu Humpty Dumpty num tom sobranceiro.– A questão é se você pode fazer com que as palavras queiram dizer tantas coisas diferentes.– A questão é quem é que tem o poder... é tudo – replicou Humpty Dumpty.». (Lewis CARROLL, Alice’s Adventures in Wonderland and Through the Looking Glass, 1871, cit. na trad. port. de Margarida VALE DE GATO, As Aventuras de Alice no PaÃs das Maravilhas e Alice do Outro Lado do Espelho, Relógio d’Ã�gua, Lisboa, 2000).
1. No que respeita à relação pós-modernidade/modernidade, não pretendi sugerir que a primeira fosse um mero «revisionismo paradigmático» da segunda, pretendi, apenas, considerar a primeira uma reescrita da segunda.
2. Esta reescrita cativa-me na medida em que narrativas que sempre foram inquestionáveis até determinada altura (modernidade?) – e que serviram para acriticamente explicar e legitimar determinadas instituições (seja a igreja católica ou qualquer outra), práticas sociais ou polÃticas (sejam elas o capitalismo ou o comunismo), legislações, condicionalismos morais e, simplesmente, maneiras de pensar – começam a ser postas em causa. O mesmo jogo, com outras regras.
3. Por outro lado, dentro dessas meta-narrativas englobo o discurso cientÃfico, que cada vez mais explica tudo (mesmo sem o explicar...) e por ser cientÃfico é inabalável.
4. Entendo as acusações de onanismo intelectual dirigidas à redução de (quase) tudo a uma narrativa. Respeito-as, ou melhor, aceito-as. Sei que é um exercÃcio intelectual «giro» (decorativo e inútil). Apesar disso, simpatizo com ele.
5. Em relação ao extremo subjectivismo («um subjectivismo radical e decadente»), este não deve ser entendido ao pé da letra. O apelo feito, pela pós-modernidade, ao particular, singular, único, temporário e provisório (e, consequentemente, ao juÃzo estético da Terceira CrÃtica) resulta da massificação e progressiva normalização da sociedade, que deixa de fora O Estrangeiro e O Idiota – em suma, O Outro.
Por fim: «– Não entendo o que quer dizer com «glória» - confessou Alice. Humpty Dumpty sorriu com um ar de desprezo. – Pois não... até eu te dizer. Quis dizer, «ora aà tens um argumento imbatÃvel».– Mas «glória» não quer dizer «um argumento imbatÃvel» – objectou Alice. – Quando eu emprego uma palavra, ela quer dizer exactamente o que me apetecer... nem mais nem menos – retorquiu Humpty Dumpty num tom sobranceiro.– A questão é se você pode fazer com que as palavras queiram dizer tantas coisas diferentes.– A questão é quem é que tem o poder... é tudo – replicou Humpty Dumpty.». (Lewis CARROLL, Alice’s Adventures in Wonderland and Through the Looking Glass, 1871, cit. na trad. port. de Margarida VALE DE GATO, As Aventuras de Alice no PaÃs das Maravilhas e Alice do Outro Lado do Espelho, Relógio d’Ã�gua, Lisboa, 2000).
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