Boaventureirices...
Este responde ao bem(?!)-aventurado post abaixo. Coube-lhe o papel de "caceteiro" - e justÃssimo, visto que chegou primeiro - e deixa aos "peralvilhos do século XXI a tarefa menos árdua e menos vil[...]", ainda assim menos divertida. Em todo o caso coloquei uma pala no olho (esquerdo, para que não leia barbaridades), uma camisa sem mangas e estou preparado para fazer o papel do casquilho, descodificando paulatinamente a explÃcita gÃria.
Torna-se penosa a tentativa de fugir da crÃtica escatológico-escarninha à s fundações gerais deste relativismo absolutista, fraco esboço de paradigma, para mais recusando os seus conceitos ininteligÃveis - mas que raio poderá significar "heterotópico"?, nem tendo absoluta certeza de o querer fazer, mas tentarei ser o mais claro que a paciência me permitir.
1. A garantia da natureza efémera do pós-modernismo, sub-produto de uma Situação, recai na inaplicabilidade das suas premissas, que, a ser aplicadas, reduziriam o mundo a um subjectivismo radical decadente. É, ainda, o projecto em curso do modernismo que garante os movimentos polÃticos, a Ciência ou a Universidade, mais, o movimento real de emancipação, etc;
2. Irrita-me a tentativa de recurso a ideias/conceitos/métodos objectivos das ciências exactas para demonstrar conceitos subjectivos, realizando afirmações categóricas sobre aqueles, numa clara contradição;
3. A importação dessas noções das ciências exactas sem a menor justificação conceptual ou más interpretações das mesmas são erros repetidos à exaustão. A tÃtulo de exemplo, a teoria do caos, explanada em equações absolutamente deterministicas, é conspurcada e usada para defender um limite da Ciência ou, até, o fim do determinismo;
4. Convido-vos agora a visitar este sÃtio. Em cada acesso ao link, será automaticamente gerado, por software, um texto completamente aleatório e sem qualquer significado. Leiam e maravilhem-se;
5. Debruço-me agora sobre algumas afirmações do tr, "desflorando-as" pelo caminho:
5.1. "A sua enunciação [da História] talvez tenha sofrido deslocações de retórica, objecto, [...]".
A redução da História a uma enunciação de uma construção social revela a obsessão na percepção humana, na sua construção social e linguÃstica. A pretensão transformadora e subversiva (arriscar-me-ia, até, a dizer revolucionária) dos pós-modernistas esvai-se nessa obsessão, prevalecente sobre a dura realidade, as amarras do trabalho;
5.2. "sedução celebratória". É uma expressão muito gira.
5.3. O paleio psicotrópico seguinte das "mini-racionalidades" recai sobre a dimensão polÃtica (vou esquecer a distracção da (ir)racionalidade). Admite, simplesmente, as capacidades emancipatórias das várias condições sociais independentemente (os nãos-qualquer coisa). Só. Ora cada uma dessas dimensões não passa de um reflexo da teia de relações construida pelo mercado. A superação da condição de sub-produto, o "remendo", é inútil pela sua inconsequência no superar de todas as injustiças.
5.4. "a hermenêutica do conhecimento [...] única área do conhecimento.". Com isto pretende reivindicar a legitimidade das áreas de conhecimento social em se denominarem ciências, com acesso, em igualdade, aos métodos objectivos das ciências exactas. Para resposta a esta afirmação ver pontos 2 e 3.
5.5. É o último por agora - embora as últimas duas frases nem de uma segunda leitura sejam dignas, dedicar-lhes-ei um post próprio. "O seu contrário[...] visando constituir-se em senso comum [...] modernidade de topo.". Sim senhor: senso-comum, depois de escrever um texto afogado em jogos de linguagem que roçam o incompreensÃvel propõe um "conhecimento-emancipação" que visa constituir-se em senso-comum. Lindo.
Nota final: Espero, para o bem de todos, ter sido bastante claro e sistemático. Agradecido.
P.S.: Um beijito para o tr e a Alice...
Este responde ao bem(?!)-aventurado post abaixo. Coube-lhe o papel de "caceteiro" - e justÃssimo, visto que chegou primeiro - e deixa aos "peralvilhos do século XXI a tarefa menos árdua e menos vil[...]", ainda assim menos divertida. Em todo o caso coloquei uma pala no olho (esquerdo, para que não leia barbaridades), uma camisa sem mangas e estou preparado para fazer o papel do casquilho, descodificando paulatinamente a explÃcita gÃria.
Torna-se penosa a tentativa de fugir da crÃtica escatológico-escarninha à s fundações gerais deste relativismo absolutista, fraco esboço de paradigma, para mais recusando os seus conceitos ininteligÃveis - mas que raio poderá significar "heterotópico"?, nem tendo absoluta certeza de o querer fazer, mas tentarei ser o mais claro que a paciência me permitir.
1. A garantia da natureza efémera do pós-modernismo, sub-produto de uma Situação, recai na inaplicabilidade das suas premissas, que, a ser aplicadas, reduziriam o mundo a um subjectivismo radical decadente. É, ainda, o projecto em curso do modernismo que garante os movimentos polÃticos, a Ciência ou a Universidade, mais, o movimento real de emancipação, etc;
2. Irrita-me a tentativa de recurso a ideias/conceitos/métodos objectivos das ciências exactas para demonstrar conceitos subjectivos, realizando afirmações categóricas sobre aqueles, numa clara contradição;
3. A importação dessas noções das ciências exactas sem a menor justificação conceptual ou más interpretações das mesmas são erros repetidos à exaustão. A tÃtulo de exemplo, a teoria do caos, explanada em equações absolutamente deterministicas, é conspurcada e usada para defender um limite da Ciência ou, até, o fim do determinismo;
4. Convido-vos agora a visitar este sÃtio. Em cada acesso ao link, será automaticamente gerado, por software, um texto completamente aleatório e sem qualquer significado. Leiam e maravilhem-se;
5. Debruço-me agora sobre algumas afirmações do tr, "desflorando-as" pelo caminho:
5.1. "A sua enunciação [da História] talvez tenha sofrido deslocações de retórica, objecto, [...]".
A redução da História a uma enunciação de uma construção social revela a obsessão na percepção humana, na sua construção social e linguÃstica. A pretensão transformadora e subversiva (arriscar-me-ia, até, a dizer revolucionária) dos pós-modernistas esvai-se nessa obsessão, prevalecente sobre a dura realidade, as amarras do trabalho;
5.2. "sedução celebratória". É uma expressão muito gira.
5.3. O paleio psicotrópico seguinte das "mini-racionalidades" recai sobre a dimensão polÃtica (vou esquecer a distracção da (ir)racionalidade). Admite, simplesmente, as capacidades emancipatórias das várias condições sociais independentemente (os nãos-qualquer coisa). Só. Ora cada uma dessas dimensões não passa de um reflexo da teia de relações construida pelo mercado. A superação da condição de sub-produto, o "remendo", é inútil pela sua inconsequência no superar de todas as injustiças.
5.4. "a hermenêutica do conhecimento [...] única área do conhecimento.". Com isto pretende reivindicar a legitimidade das áreas de conhecimento social em se denominarem ciências, com acesso, em igualdade, aos métodos objectivos das ciências exactas. Para resposta a esta afirmação ver pontos 2 e 3.
5.5. É o último por agora - embora as últimas duas frases nem de uma segunda leitura sejam dignas, dedicar-lhes-ei um post próprio. "O seu contrário[...] visando constituir-se em senso comum [...] modernidade de topo.". Sim senhor: senso-comum, depois de escrever um texto afogado em jogos de linguagem que roçam o incompreensÃvel propõe um "conhecimento-emancipação" que visa constituir-se em senso-comum. Lindo.
Nota final: Espero, para o bem de todos, ter sido bastante claro e sistemático. Agradecido.
P.S.: Um beijito para o tr e a Alice...
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