domingo, julho 20

Sábado á noite... duas da manhã... Após ter devorado várias horas seguidas de televisão, com varias coisas interessantes pelo meio como um programa de modelismo de comboios no canal de história, a britcom na tv2, o sexo gratuito após aconselhamento metodológico no canal 18, vulgo vivir/viver, o assassinato brutal de um insecto à força do meu chinelo entre outras coisas conduziu-me inexoravelmente para o computador... Ver mails, posts nos blogs em que participo, mails (ups, isto já disse), notícias, o cabrão inglês que justificou a guerra com o iraque suicidou-se, aparentemente note-se (confesso que esta notícia carecia de ser dada com mais sarcasmo ou ironia, infelizmente para vocês faltam-me ambas, mas isso, como diria um dos meus mestres, é uma coisa que nós vamos ver... mais adiante, sim porque eu quando estou a escrever uma coisa já sei o que vou escrever a seguir), bom para o resto do mundo, menos um cabrão no mundo, se calhar mataram-no... Isso é que era... Adiante, o durão-cabrão-puta-do-patrão disse hoje que não quer legalizar os cabo-verdianos residentes em portugal ao contrário do que fez com os brasileiros. Note-se que o homem teve tomates para dizer isto em pleno Cabo Verde. É bom, é bom, podemos ter um primeiro-ministro burro, mas pelo menos temos um primeiro ministro com tomates. Uma pergunta, será que bebe santal rad? Estou a ouvir a banda sonora do filme "O BROTHER, WHERE ART THOU?", escuto a faixa "i am a man of constant sorrow", identifico-me com o personagem... Porra, estou depressivo, olha que gaita, hã? Não me apetecia ouvir mais nada. Estava à procura do tal Emil Cioran que o Alberto citou como o "filósofo da consciência da existência", não consta do dicionário nem da enciclopédia de filosofia. Paciência. Alberto, eu perdoo-te o erro. Passo a explicar, o homem ou é filósofo da consciência ou é filósofo da existência. Será existencialista? Provavelmente... Lá fora a noite está calma, não se houve nada, apenas um leve cantar de um qualquer insecto rasteiro... a lua está partida ao meio, chora pela ausência da outra metade que o sol insiste em ocultar... começam os meus devaneios poéticos... Não tinha mails de jeito... mudança de música, pj harvey, boa senhora, vou ouvir o álbum todo... "stories from the city, stories from the sea", dois mails da mailing list mão morta, dois do público e um da plataforma contra a guerra, do paulo coelho, como eu disse, nada de jeito... "threw my bad fortune/of the top of/a tall building/i'd rather done it with you"... "and i feel like some bird of paradise/my bad fortune slipping away/and i feel the innocence of a child/everybody's got something good to say"... do they? Hum... Começo a achar que estou a escrever demais... Fui à tarde buscar os jornais de há semana e meia. Há uma coisa boa em ler notí­cias atrasadas, já não nos surpreendem, mesmo quando o jornal parece novo ao toque dos dedos... uma coisa positiva no público, o josé manuel fernandes não escreve nada há já um tempo considerável... algo de bom, para variar, mas por outro lado mau, a par do bartoon e do calvin a coluna dele era a única coisa que me fazia rir naquele jornal... há que admitir que o homem tem piada, mesmo quando não quer...recomendo o livro dele, está bem melhor que aquela porra d'o homem que mordeu o cão, eu dizia-vos o tí­tulo, mas esqueci-me. Contém todas as crónicas desde o 11 de setembro de 2001 até pouco depois do fim da guerra do iraque. É um garante de muitas e muitas horas de divertimento... Cansei-me de P.J., estou a ouvir "magnolia" by Aimee Man agora. Onda depressivo-melancólica… Procuro ajuda externa de um país estrangeiro(pleunasmo, eheheh). Cabo Verde era uma coisa interessante. Tenho de trabalhar nesse sentido, enquanto ainda posso. Recuso, enquanto país soberano, qualquer ajuda internacional do FMI, do Banco Mundial e outros afins neo-libero-capitalo-fascisto-pseudo-democratico-livres, acho que fui claro. Pelo menos por agora. Já são quase três da manhã, ainda não escrevi nada de jeito, paciência, fica para outra altura. Nova mudança de música, desta vez não vou dizer qual. Lá fora tudo na mesma, não se ouve nada... estranho... adivinha-se uma manhã de nevoeiro... a música que ouço traz memórias de amores antigos, bons tempos, já idos, o amor morreu, tal como tudo morre sempre quando se acaba a vontade, fica a memória, já sem a vontade de recuperar sensações de sentimentos vividos. Perdoem-me o exagero, escrevi demais e demasiado pessoal, é sempre assim quando não temos nada para dizer... ou não temos forma de traduzir em palavras o que queremos dizer. "Sur ce sentiment dont l'ennui, la douceur m'obsédent, j'hésite à opposer le nom, le beau nom grave de tristesse. C'est un sentiment si complet, si egoïste que j'en ai presque honte alors que la tristesse m'a toujours paru honorable. Je ne connaissais pas, elle, mais l'ennui, le regret, plus rarement le remords. Aujourd'hui, quelque chose se replie sur moi comme une soie, énervante e douce, et me sépare des autres." Françoise Sagan, "Bonjour Tristesse". E assim termino. Boas noites!