quinta-feira, dezembro 15

Processo de decisão

Estava no Tropical a discutir o melhor sítio para vêr o debate presidencial de hoje à noite. Avançaram uma proposta que eu recusei e apressei-me a enumerar os seus pontos negativos. Nessa altura alertaram-me para o facto de eu estar à mesa do café de perna cruzada (eu estava, efectivamente, de pernas cruzadas) a dizer mal de uma solução sem apresentar alternativas.
Caí em mim e tentei elaborar um plano de forma a que houvesse uma decisão democrática e devidamente revolucionária. Uma vez que tenho aula entre as 16h e as 18h, prontifiquei-me de imediato a, entre as 18h e as 20h ir para a rua falar com o trabalhadores que encontrasse e explicar-lhes a importância desta minha luta. Aproveitaria para convocar toda a gente para um plenário a efectuar às 20h no departamento de física da Universidade de Coimbra. No referido plenário, apresentar-se-iam propostas que seriam discutidas e, como é óbvio, teriam que ser retiradas as necessárias consequências políticas através da votação das propostas. Para não haver posterior dispersão, explicaria a obrigatoriedade moral de todos cumprirem e defenderem a proposta vencedora como se fosse sua.

Os números de telefone dos participantes neste movimento social espontâneo, no fim da noite, já estaríam bem seguros no meu telemóvel guardados da cobiça de sabotadores e traidores.