quinta-feira, dezembro 15

Contribuição para uma antropologia política

Penso que o texto abaixo citado, cortesia dos nossos amigos do Tropical Social, poderá fornecer uma saída para o Movimento, superando as nossa hesitações na caracterização da sua dialéctica com a Luta, seus ascensos e refluxos.


Somos pseudo-intelectuais ou intelectualóides (tendo em conta as subtilezas da língua):
- Trocamos livros no café
- Andamos com o jornal debaixo do braço (O Público, o Le Monde ou alguma revista especializada)
(...)
- Usamos óculos com aros esquisitos
- Tomamos poucos banhos (almejando sempre um ar de enrodilhado pós-moderno)
- Fazemos muito barulho e os empregados não nos mandam calar
- Temos pin´s originais e carteiras feitas de pacotes de café
- Ouvimos musica estranha com nomes indecifráveis
- Fumamos muito (preferencialmente tabaco de enrolar, mas português amarelo também serve)
- Compramos coisas inúteis no E-bay
- Escrevemos em blogs
- A nossa única preocupação é falar numa linguagem rebuscada e codificada cujo objectivo não é outro senão a segregação dos acompanhantes da tribo
- Bebemos finos antes das dez da noite
- Temos línguas bífidas e viperinas
- Vamos ao teatro demasiadas vezes
- Gostamos de cinema independente
- Debutamos frequentemente
- Ocupamos demasiado espaço no café


E se nos juntássemos a eles?! A clareza identitária creio que evitaria muitos equívocos antropológicos, sociológicos e políticos. As divergências serão duras, alguns cairiam pelo caminho. Oh well, a revolução nunca deixou de devorar os seus filhos.