Paredes de Coura
Depois da carrada de barbaridades que a jornalista do Público escreveu sobre os concertos de Paredes de Coura, utilizo este pequeno espaço público para repôr alguma verdade.
1º dia:
Entre barulho e cerveja (1,5? cada) não consegui ouvir quase nada a não ser o Zé Pedro dos Xutos a passar versões aceleradas e com batida de música de dança de bandas como Pixies, Strokes e Nirvana.
2º dia:
Unplayable sofa Guitar (palco Songwriters) - Estava à espera que fosse melhor. Tentam fazer música inspirada na folk e country norte-americanas mas entre guitarras pouco sincronizadas e a serem tocadas com pouca habilidade e uma voz feminina muito fraquinha, resta pouco.
Death from above 1979 - Ouvi o concerto quase todo de fora do recinto, entrei a tempo de ouvir as 2 últimas músicas. Fiquei com pena de não ter visto o resto. Pareceram-me muito bons, duas pessoas (uma na bateria e a cantar e outra a tocar baixo) a fazer um som muito original e refrescante. Confirmei a boa ideia que tinha deles.
!!! (tchk tchk tchk) - Engraçadinho. No Público disseram que foi uma coisa do outro mundo mas não foi. Deu para dançar timidamente enquanto não fartou (o que aconteceu a meio do concerto). Apesar da presença em palco do vocalista, o tipo de música que fazem não impressiona por aí além. Bom, mas não muito.
Kaiser Chiefs - GRANDE surpresa. Não estava à espera de grande coisa mas revelou-se um dos melhores concertos que já vi. Não só têm músicas à altura a provar que a música pop pode ser fantástica, como têm uma presença em palco própria de quem ainda se lembra de estar do lado do público. O vocalista assume o papel principal e cumpriu-o mesmo depois de se ter aleijado num pé logo na primeira ou segunda música. Muito, muito bom.
The Bravery - Eles bem que queriam mas ser de Nova York não chega para que eles toquem música boa. À vontade o pior concerto de todo o festival. Demasiada arrogância (ainda por cima, forçada) para uma música com tão pouca qualidade.
Foo Fighters - Abram alas para os putos irem para o mosh. A princípio não gostava muito mas tinha-lhes algum respeito (afinal de contas, o rapaz foi baterista dos Nirvana). Desde há uns tempos para cá tenho vindo a perder o respeito e gosto cada vez menos da música. Em concerto, usam-se de ter o som muito alto para mascararem músicas praticamente iguais umas às outras que repetem fórmulas usadas e gastas. Foi irónico ouvir o Dave Grohl dizer que eles não são como muitas bandas de rock que chegam ao palco e são uns autênticos autómatos, porque foi exactamente isso que eles fizeram.
3º dia:
Arcade Fire - Engraçado. O Público achou este concerto um momento histórico, daqueles que não se repetem, uma verdadeiro fenómeno, a derradeira Iluminação. Mas não foi nada disso. Foi engraçado e pronto. Muito instrumentos em palco e eles sabem utilizá-los a todos mas o que eles fazem não espanta ninguém. Melhor que !!! mas nem por isso tão fantástico como se disse.
The Roots - O que é que faz uma banda de hip hop neste festival? Foi a pergunta que eu e praticamente toda a gente fez. Naquilo que fazem são bons (tudo tocado com instrumentos, sem auxílio de gira-discos ou samples) mas uma brutal seca. Tive que os gramar para guardar um lugar para Pixies.
Queens of the Stone Age - Rock 'n' Roll. Um concerto sólido feito com boas músicas de rock 'n' roll. Serviu para mostrar aos fãs de Foo Fighters a que é que soa bom Rock.
Pixies - Ah! O momento da noite (e do festival)! Sentia o nervosismo na barriga e quando o Frank Black entra em palco com uma guitarra acústica a tocar Wave of Mutilation, o mundo perdeu os seus contornos e durante aquele tempo só existiu aquele concerto. Não falaram para o público, é verdade, mas eu estava lá para os ouvir tocar e a atitude punk (26 músicas em 1h30m) é a mais indicada. O que eu mais temia não aconteceu: as músicas não estavam cristalizadas na forma que tinham tomado nos respectivos álbuns, estavam fluídas e frescas. Já não tenho pesadelos por não os ter visto no Super Bock Super Rock.
4º dia:
Woven Hand - Demasiado calmo para o público festivaleiro. O tema cristão da música também não é o mais adequado para quem estava lá. De qualquer das formas, foi um concerto descontraído que conseguiu ser bem sucedido onde os Unplayable sofa guitar falharam.
Juliette and the licks - Yeah yeah yeahs + PJ Harvey + Avril Lavigne + clichés do rock. Uma mistura de coisas muito boas com coisas muito más. Não ia sentir a diferença se não tivesse visto o concerto mas também não foi abominável. Divertido.
Vincent Gallo - Mais uma grande surpresa. Outra vez, muito calmo para o público em questão. À minha volta só ouvi azeitices, pelo ar ecoavam insultos e assobios. Gabo a coragem ao Vincent Gallo, que, apesar de tudo isso, conseguiu manter-se bem-humorado e dar um concerto fabuloso. Nunca tinha ouvido nada dele, mas o som que saía daquelas colunas fazia lembrar Jeff Buckley e, ao mesmo tempo soava a qualquer coisa nova e original. Muito bom.
Nick Cave - Ok, já fui com pré-conceitos porque não sou especial fã de Nick Cave. O tamanho gigantesco da banda (que incluía 3 cantoras - pensei que isso já não se usasse) foi utilizado de forma espantosa. Notava-se que os músicos estavam todos espantosamente sincronizados. Os dois pontos negativos foram a utilização abusiva da banda (podia ter alternado com algumas músicas num formato mais pequeno para não cansar tanto) e a duração excessiva do concerto (num teatro, não me queixaria mas ali o conforto não abunda). De qualquer das formas não me parece que vá comprar algum album dele para não estragar a boa impressão com que fiquei.
E assim foi.
1º dia:
Entre barulho e cerveja (1,5? cada) não consegui ouvir quase nada a não ser o Zé Pedro dos Xutos a passar versões aceleradas e com batida de música de dança de bandas como Pixies, Strokes e Nirvana.
2º dia:
Unplayable sofa Guitar (palco Songwriters) - Estava à espera que fosse melhor. Tentam fazer música inspirada na folk e country norte-americanas mas entre guitarras pouco sincronizadas e a serem tocadas com pouca habilidade e uma voz feminina muito fraquinha, resta pouco.
Death from above 1979 - Ouvi o concerto quase todo de fora do recinto, entrei a tempo de ouvir as 2 últimas músicas. Fiquei com pena de não ter visto o resto. Pareceram-me muito bons, duas pessoas (uma na bateria e a cantar e outra a tocar baixo) a fazer um som muito original e refrescante. Confirmei a boa ideia que tinha deles.
!!! (tchk tchk tchk) - Engraçadinho. No Público disseram que foi uma coisa do outro mundo mas não foi. Deu para dançar timidamente enquanto não fartou (o que aconteceu a meio do concerto). Apesar da presença em palco do vocalista, o tipo de música que fazem não impressiona por aí além. Bom, mas não muito.
Kaiser Chiefs - GRANDE surpresa. Não estava à espera de grande coisa mas revelou-se um dos melhores concertos que já vi. Não só têm músicas à altura a provar que a música pop pode ser fantástica, como têm uma presença em palco própria de quem ainda se lembra de estar do lado do público. O vocalista assume o papel principal e cumpriu-o mesmo depois de se ter aleijado num pé logo na primeira ou segunda música. Muito, muito bom.
The Bravery - Eles bem que queriam mas ser de Nova York não chega para que eles toquem música boa. À vontade o pior concerto de todo o festival. Demasiada arrogância (ainda por cima, forçada) para uma música com tão pouca qualidade.
Foo Fighters - Abram alas para os putos irem para o mosh. A princípio não gostava muito mas tinha-lhes algum respeito (afinal de contas, o rapaz foi baterista dos Nirvana). Desde há uns tempos para cá tenho vindo a perder o respeito e gosto cada vez menos da música. Em concerto, usam-se de ter o som muito alto para mascararem músicas praticamente iguais umas às outras que repetem fórmulas usadas e gastas. Foi irónico ouvir o Dave Grohl dizer que eles não são como muitas bandas de rock que chegam ao palco e são uns autênticos autómatos, porque foi exactamente isso que eles fizeram.
3º dia:
Arcade Fire - Engraçado. O Público achou este concerto um momento histórico, daqueles que não se repetem, uma verdadeiro fenómeno, a derradeira Iluminação. Mas não foi nada disso. Foi engraçado e pronto. Muito instrumentos em palco e eles sabem utilizá-los a todos mas o que eles fazem não espanta ninguém. Melhor que !!! mas nem por isso tão fantástico como se disse.
The Roots - O que é que faz uma banda de hip hop neste festival? Foi a pergunta que eu e praticamente toda a gente fez. Naquilo que fazem são bons (tudo tocado com instrumentos, sem auxílio de gira-discos ou samples) mas uma brutal seca. Tive que os gramar para guardar um lugar para Pixies.
Queens of the Stone Age - Rock 'n' Roll. Um concerto sólido feito com boas músicas de rock 'n' roll. Serviu para mostrar aos fãs de Foo Fighters a que é que soa bom Rock.
Pixies - Ah! O momento da noite (e do festival)! Sentia o nervosismo na barriga e quando o Frank Black entra em palco com uma guitarra acústica a tocar Wave of Mutilation, o mundo perdeu os seus contornos e durante aquele tempo só existiu aquele concerto. Não falaram para o público, é verdade, mas eu estava lá para os ouvir tocar e a atitude punk (26 músicas em 1h30m) é a mais indicada. O que eu mais temia não aconteceu: as músicas não estavam cristalizadas na forma que tinham tomado nos respectivos álbuns, estavam fluídas e frescas. Já não tenho pesadelos por não os ter visto no Super Bock Super Rock.
4º dia:
Woven Hand - Demasiado calmo para o público festivaleiro. O tema cristão da música também não é o mais adequado para quem estava lá. De qualquer das formas, foi um concerto descontraído que conseguiu ser bem sucedido onde os Unplayable sofa guitar falharam.
Juliette and the licks - Yeah yeah yeahs + PJ Harvey + Avril Lavigne + clichés do rock. Uma mistura de coisas muito boas com coisas muito más. Não ia sentir a diferença se não tivesse visto o concerto mas também não foi abominável. Divertido.
Vincent Gallo - Mais uma grande surpresa. Outra vez, muito calmo para o público em questão. À minha volta só ouvi azeitices, pelo ar ecoavam insultos e assobios. Gabo a coragem ao Vincent Gallo, que, apesar de tudo isso, conseguiu manter-se bem-humorado e dar um concerto fabuloso. Nunca tinha ouvido nada dele, mas o som que saía daquelas colunas fazia lembrar Jeff Buckley e, ao mesmo tempo soava a qualquer coisa nova e original. Muito bom.
Nick Cave - Ok, já fui com pré-conceitos porque não sou especial fã de Nick Cave. O tamanho gigantesco da banda (que incluía 3 cantoras - pensei que isso já não se usasse) foi utilizado de forma espantosa. Notava-se que os músicos estavam todos espantosamente sincronizados. Os dois pontos negativos foram a utilização abusiva da banda (podia ter alternado com algumas músicas num formato mais pequeno para não cansar tanto) e a duração excessiva do concerto (num teatro, não me queixaria mas ali o conforto não abunda). De qualquer das formas não me parece que vá comprar algum album dele para não estragar a boa impressão com que fiquei.
E assim foi.
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