sexta-feira, janeiro 28

Para a próxima estás calado!

Afinal, a "essência" das pessoas revela-se em momentos como o de Louçã no debate com Portas. É esse o argumento da maior parte dos que têm falado sobre o assunto (pelo menos um por cada Público desde o dia do debate) incluindo hoje o Vasco Pulido Valente. É certo que também hoje o Eduardo Prado Coelho quase que defende o Louçã, mas as opiniões dele já não são para ser levadas a sério (veja-se um artigo recente sobre a "juventude"). Ainda assim, a verdade é que uma afirmação idiota gerou um coro de protestos tanto mais veementes quanto a possibilidade de terem diso os críticos a proferi-la.
Podem dizer que a firmação é idiota (ela é-o), que ela é reaccionária (ela é-o), que é contra-producente (ela é-o), que é simplesmente descabida (ela é-o); agora retirar dessa frase uma verdade escondida mas essencial numa análise psicanalítica rasteira é que me parece estapafúrdio.
Não posso é deixar de reparar que o que o João Teixeira Lopes veio fazer no dia seguinte, confirmando e reafirmando o que Louçã tinha dito é sintoma de um culto excessivo em torno de Louçã que não permite qualquer dissidência dentro do bloco. Mesmo que, formalmente, esteja assegurada a possibilidade de dissidência, a prova que ela não existe é a defesa que JTL fez do que é indefensável.
As pseudo-desculpas de Louçã foram positivas mas não se tinha perdido nada, antes pelo contrário, se ele tivesse pedido desculpa mais claramente não por qualquer insulto a Portas, mas pelo erro que cometeu. Até porque, tivesse vindo de outro lado a afirmação e não tardariam as exigências de pedidos de desculpa de movimentos afectos ao bloco, nomeadamente os LGBT e feministas.