terça-feira, setembro 7

A propósito do Borndiep mas sem falar de aborto

A propósito do Borndiep mas sem falar de aborto

É óbvio que o mais normal (e o mais desejado na medida em que esse é um dos intuítos do barco) é que se fale de aborto quando se fala do Borndiep. Há, no entanto, uma questão que também me preocupa e que é especialmente visível neste caso com as fragatas que "controlam" o barco da WOW: a militarização das tarefas de policiamento. Tanto no ar como no mar as tarefas de policiamento não são feitas pela polícia mas pelas forças armadas. É certo que no que diz respeito ao mar temos a Polícia Marítima mas esta é uma força dependente do Ministério da Defesa (e dos Assuntos do Mar) e é constantemente empurrada para a subserviência à Marinha através da falta de investimento. Mas além do policiamento do ar e do mar também se fala no policiamento da área terrestre nomeadamente na prevenção de fogos florestais. Já para não falar da GNR que é uma instituição militarizada e que está encarregue não só do policiamento das estradas através da BT mas também do policiamento exclusivo de muitas terra pequenas.

Não vale a pena alongar-me numa dissertação contra a existência de Forças Armadas, os argumentos são conhecidos, mas no ruído destas transferências de poderes de forças civis para forças militarizadas onde é que ficam os direitos e garantias das pessoas? Será que eles continuam garantidos? Por quem? E se houver violação desses direitos? Vai-se a tribunal marcial? Já se sabe que é difícil controlar o abuso de poder por parte das forças civis mas parece-me que no que diz respeito às Forças Armadas, esse controlo se torna impossível precisamente pelas características inerentes às F.A. nomeadamente a falta de transparência e um sistema de Justiça paralelo.

P.S. - E quando tivermos uma situação semelhante à da Rússia? Também respondemos com as F.A. como eles fizeram?