segunda-feira, janeiro 19

Atribulações Ocupacionais Na Vida De Um Filósofo Desempregado

Hoje é segunda-feira, dia... que dia é hoje mesmo? O marasmo des-ocupacional é perito em roubar à consciência a noção de tempo.... São onze horas e dez minutos da manhã, encontro-me numa (presumo que hajam mais) das salas de informática das instalações da Universidade Católica Portuguesa no porto. Faltam três horas e cinquenta minutos, mais ou menos, para se dar inicio ao interrogatório que poderá, ou não, conduzir-me de uma situação de parasita social, existência sem contribuição válida para o estado, em mais um membro desse enorme colosso que é o aglomerado da população activa. As horas passam devagar, cheguei cedo demais aqui ao ponto de encontro com o meu "guia" por hoje. Porra para a cp e para os serviços de transportes urbanos do porto. Nunca se pode depender dos transportes públicos para nada, nem mesmo para que cheguem atrasados. Os restantes utentes? desta sala tem um aspecto cuidado, bem parecido... se eu pagasse cento e alguns contos por mês para aqui andar, senão mais, (o valor atrás mencionado é puramente especulativo, não faço a menor ideia de quanto se pagará de propina aqui) também andava bem parecido. Estou ansioso por estar no comboio de regresso, mesmo empregado ou não, pouco importa... Gosto de vir ao porto, mas para uma entrevista para um emprego? Ainda por cima para ser DIM??? (Delegado de Informação Médica) Acho que vou aproveitar este tempo aqui sentado para especular sobre o processo hermenêutico da interacção sujeito-objecto na relação dos DIMs com os médicos. Estou seguro que me vai fazer ficar muito mais preparado para a entrevista que se avizinha lá para as três e pouco da tarde. Até lá fico-me por aqui a dizer disparates...