segunda-feira, setembro 15

e o "nosso" «Caminhas» é que era o malandrão...

manchete do «Público» de hoje: Chefe de missão dos Jogos Olímpicos 2008 suspeito de mau uso de dinheiro do Estado.

Manuel Boa de Jesus está envolvido em várias irregularidades na administração de financiamentos do Estado. Uma auditoria feita às contas do World Gymnaestrada 2003, um projecto por ele presidido, aponta para várias irregularidades financeiras e sugere a existência de uma contabilidade paralela. Boa de Jesus nunca foi, contudo, sancionado, nem teve de repor qualquer verba, continuando a gerir centenas de milhares de euros de subsídios governamentais.

Entre as irregularidades indicadas no relatório, datado de Dezembro de 2005 e realizado por uma sociedade de revisores oficiais de contas à comissão organizadora do World Gymnaestrada 2003, estão a acumulação de remunerações por parte de Manuel Boa de Jesus, várias infracções fiscais, a inexistência de contratos com fornecedores, um "descontrolo absoluto" no que toca às receitas e o desvio de centenas de milhares de euros de patrocínios e financiamentos públicos para os cofres da FGP, da qual este técnico de carreira do IDP era, à data, vice-presidente.

Outro aspecto muito delicado, mas este não citado na auditoria, teve que ver com a participação de um amigo de Boa de Jesus, e então seu colega de direcção da FGP, nos negócios com a Gymnaestrada. Como o próprio Boa de Jesus confirmou ao PÚBLICO, Rodrigo Silva Gomes deixaria a direcção da FGP, já depois de participar na preparação do Gymnaestrada, "para poder" ganhar o contrato para o marketing e publicidade do evento, através da empresa Interact, de que é sócio maioritário.
Os auditores apenas referem que a Interact foi um dos parceiros do evento relativamente aos quais "nunca existiram contratos, nem foram divulgadas as respectivas condições".