terça-feira, novembro 15

A demissão da Esquerda

Numa altura em que o contexto académico proporcionaria uma lista conjunta das Esquerdas à DG/AAC, os grupos que a poderiam formar espalham-se ao comprido.

A JCP faz uma lista-caricatura empenhando-se na luta contra o sub-financiamento e a transnacionalização da educação (há hábitos que custam a morrer). Confrontados com a necessidade de demarcação em relação à DG, partem uma manifestação em dois e levam a devida sova em Magna por isso tentando ripostar mas atingindo a DG apenas de raspão.

O Ruptura faz também uma lista-caricatura que serve ao mesmo tempo de tubo de ensaios para testar a sua nova estratégia em relação ao financiamento: a exigência da" redução drástica e imediata da propina". Atabalhoadamente compõe uma lista que tenta definir espaço político numa Magna em que não tem qualquer visibilidade. Esbraceja, põe-se em bicos dos pés mas não consegue confronto directo com a DG, apenas consegue uma lambada desinteressada dos dirigentes que se apressaram a voltar ao combate que realmente interessava e que os opunha à JCP.

O resto da Esquerda assiste impávida e serena, sem qualquer capacidade de mobilização e, portanto, sem capacidade de acção. Depois de meses de inacção, vendo-se confrontada com a possiblidade de uma lista atabalhoada e apressada, recua mas não tem respostas. Este grupo fica ainda com o peso de ser acusado de ser "bloquista" pela JCP e de não odiar suficientemente a JCP pelo Ruptura.

E assim oferecemos as nossas costas, convenientemente dispostas em jeito de escada para que tenhamos mais um ano do mesmo.